sábado, 29 de março de 2008

Vanzelotti visionário


29 de março de 2008 N° 15555
Porto Alegre 360º
Boa vontade gremista

Com tantos percalços, o Grêmio só tomou posse de seu terreno em 1948 - mas as famílias da Vila Cai do Céu só foram transferidas para outras áreas em 1951. Com o terreno limpo, foi possível iniciar as obras em 12 de dezembro do mesmo ano. Antes, porém, foi preciso planejar o Olímpico, definir como custeá-lo e chegar a um modelo de estádio. Tudo aconteceu na presidência de Saturnino Vanzelotti, que assumiu em 1949 e fez da casa nova uma prioridade.

- Todo mundo achou que ele era louco - lembra o gremista histórico Salim Nigri.

Em 8 de janeiro de 1951, Vanzelotti e uma comissão julgadora definiram o vencedor do concurso público para o anteprojeto do Olímpico - a proposta de Plínio Oliveira Almeida, Naum Turquenitch e Edison Ribeiro venceu.

A arrecadação de verbas para financiar as obras envolveu campanhas como a Grande Tômbola Pró-Estádio Tricolor, de janeiro de 1951, e outras rifas, doações de torcedores e promoções. A previsão inicial de inauguração era em 1953, ano do cinqüentenário do Grêmio, mas dificuldades adiaram a data. A construção começou em 24 de abril daquele ano e foi relativamente rápida - terminou um ano e cinco meses depois. O comando dos trabalhos coube ao engenheiro Sylvio Toigo Filho, dono da construtora Toigo e que executou a obra de graça. Ele e seus operários erigiram um estádio que serviu como base para o Olímpico atual - nos anos 70, houve ampliação para o modelo com arquibancadas superiores completas.

O estádio original contava com anel inferior fechado e um pavilhão coberto, onde ficavam tribuna de honra e duas mil cadeiras. A capacidade chegava a 38 mil pessoas.

Sob o sol de 19 de setembro de 1954, os portões do estádio foram abertos ao meio-dia e começou a receber sócios e torcedores para a festa. A solenidade de inauguração começou às 15h, com desfiles da banda da Brigada Militar e de diversos representantes do Grêmio - entre eles, Pedro Carvalho Haeffner e Carlos Faedrich, da turma de fundadores em 1903. Em campo, o time venceu o Nacional por 2 a 0 - gols de Vitor. Foi a primeira das muitas comemorações do local que serve como morada gremista há quase 58 anos.

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