domingo, 13 de julho de 2008

Grêmio: Uma Visão Sistêmica do Planejamento Estratégico.

Grêmio: Uma Visão Sistêmica do Planejamento Estratégico.
No seu livro "O Ponto de Mutação", de 1993, Fritjof Capra dividiu a ciência moderna em dois grandes paradigmas: o mecanicista e o sistêmico. Para os mecanicistas, seguidores de René Descartes, o mundo é uma máquina carente de espiritualidade e, portanto, deve ser dominado pela inteligência humana e ser colocado a seu serviço. Nessa visão, o mundo opera a partir de leis matemáticas.
No paradigma sistêmico, a dicotomia entre homem e ambiente é rejeitada, sendo proposta uma postura de integração entre esses dois pólos que permita um grau de compreensão voltado para a integração de processos, a multiplicidade das interpretações, a heterogeneidade de mundos, de observadores e leituras possíveis.
A visão mecanicista enxerga o mundo de forma determinística, regido por leis matemáticas em contraposição ao mundo humano, onde há o livre arbítrio.
Já o paradigma sistêmico, admite interações complexas entre homem e ambiente, onde a subjetividade humana é afetada pela força do ambiente, onde o observador é levado a olhar de maneira particular um mundo que, ao mesmo tempo, deve compartilhar com outros. O que nos leva a ter não um mundo, mas tantos mundos quanto observadores participando e tantas interações quanto sejam possíveis dependendo dos fatores em jogo.
Como afirma o Professor Ivanildo Izaias de Macedo (FGV), de quem tomo emprestada essas idéias, o paradigma mecanicista privilegia a individualidade, a luta, a competição, enquanto o sistêmico prefere o coletivo, o cooperativo e o complementar. Se um vê homogeneidade, o outro vê heterogeneidade. Se aquele propõe autoridade, este afirma a liberdade. Onde um se propõe reduzir, o outro permite a complexidade. Onde um vê separação, outro vê redes.
Se os primeiros observam absolutos, os segundos advogam pela relatividade. Aonde uns vêem ordem, outros vêem o caos. Aonde uns vêem desordem, outros vêem dinamismo.
O certo é que o paradigma mecanicista transformou o mundo medieval no mundo moderno que hoje vivemos. No entanto, é cada vez maior o consenso entre acadêmicos e administradores que, na atual era de rápida comunicação e transmissão de conhecimentos, as organizações passaram a viver uma ambiência muito mais complexa, na qual as soluções mecanicistas estão ultrapassadas.
E, parece-me, que este é o grande desafio para o nosso Grêmio: Criar uma visão sistêmica de gestão que considere o movimento integrado entre ambiente, nossas decisões e o futuro.
Neste contexto, o Planejamento Estratégico assume um papel ainda mais fundamental, devendo ser enxergado como um processo dinâmico, permanentemente atento as modificações ambientais e visando a continua harmonização da visão e dos valores institucionais com a visão e os valores de cada parte interessada (que são inúmeras em nossa organização). Está é a única forma de se garantir a adesão e o engajamento de todos os envolvidos e criar condições para o alinhamento e a integração das ações de todos na busca do atingimento dos objetivos organizacionais estratégicos.
Como se vê, não é algo que possa ser imposto. Precisa ser consensado num ambiente de ética e transparência, qualidades fiadoras de relações sustentáveis.
Irany de Oliveira Sant'ana Jr
Grêmio Sempre
PENSE GRÊMIO, SEMPRE !!!

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